14 de jun. de 2024
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A s t e r
Sistema Solar
Composição
O Sistema Solar é composto por:
1 estrela: o Sol;
4 planetas rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte;
4 planetas gasosos: Júpiter, Saturno, Urano (descoberto em 1781), Netuno (1846);
6 planetas-anões conhecidos até o momento: Ceres (1801), Plutão (1930), Quaoar (2002) Éris (2003), Haumea (2003), Makemake (2005);
Satélites dos planetas e planetas-anões: Terra 1, Marte 2, Júpiter 67, Saturno 62, Urano 27, Netuno 14, Plutão 5, Haumea 2 (ainda não confirmados);
Mais de 500 mil asteroides catalogados até o momento (tamanho aproximado entre 10 metros e 500 quilômetros);
Algumas centenas de bilhões de cometas, a maioria não catalogados. Os cientistas têm descoberto até 4 mil ao ano;
Incontáveis meteoróides (fragmentos do tamanho de grãos de poeira até 10 metros). Não podem ser vistos nem catalogados. Estima-se que até 44 toneladas desses fragmentos caiam na Terra diariamente;
1 possível novo planeta, batizado temporariamente de “planeta X” ou “planeta 9”, ainda não confirmado.
Sol
O Sol está a 150 milhões de quilômetros da Terra. Uma viagem de carro demoraria 170 anos. Pode parecer muito, mas em Astronomia essa distância é tão pequena que é usada como unidade de medida: 149.597.871 km = 1 U.A. (Unidade Astronômica). Os objetos mais distantes no Sistema Solar, que nós conhecemos, estão a cerca de 100.000 U.A.
É o centro geométrico do Sistema Solar.
O Sol é a única estrela do Sistema Solar. É a fonte de praticamente toda a energia que usamos na Terra.
98% de toda a massa do Sistema Solar está contida no Sol.
É tão grande, que dentro do Sol caberiam 1 milhão e 300 mil planetas Terra.
É tão pesado, que se fosse colocado de um lado da balança, do outro lado precisaríamos colocar 333 mil planetas Terra.
É tão quente, que a temperatura na superfície é de aproximadamente 5.800ºC. Já a temperatura do núcleo se aproxima dos 15 milhões de graus Celsius.
Não é um corpo sólido, e por isso, o período de rotação é diferente em cada latitude. Enquanto no equador completa uma rotação em 27 dias, nos polos demora 36 dias.
É composto de 70% de hidrogênio e 30% de Hélio.
Vênus
Vênus é o planeta mais quente do Sistema Solar. A temperatura na superfície pode chegar a 470ºC.
A atmosfera de Vênus é formada principalmente por dióxido de carbono. Assim como na Terra também existem nuvens, mas lá não são feitas de água e sim de ácido sulfúrico.
É impossível viver em Vênus. As condições são tão agressivas que não existe traje espacial que possa oferecer proteção a um ser humano. Mesmo um robô não funcionaria por muito tempo sem ser danificado. Os cientistas acreditam que é totalmente impossível existir qualquer forma de vida nestas condições.
Todos os planetas do Sistema Solar, incluindo a Terra, giram em torno de seu eixo no sentido de oeste para leste. Vênus é a única exceção, ele gira de leste para oeste.
Vênus pode ser visto facilmente da Terra. Se parece com uma estrela muito brilhante, e é visto sempre ao entardecer ou ao amanhecer, dependendo da época. Por isso, recebe os nomes populares de Vésper, Estrela Vespertina, Estrela Matutina, Estrela da Alvorada ou Estrela D’alva.
Uma criança de 40 quilos pesaria 36 quilos em Vênus.
Mercúrio
Ele gira rápido em torno do Sol: o ano em Mercúrio dura apenas 88 dias terrestres.
Mercúrio quase não tem atmosfera. Ele recebe constantemente uma chuva de partículas elétricas do Sol que levam embora todos os gases que poderiam se acumular no planeta.
É o menor planeta do Sistema Solar: mede apenas 4800 quilômetros de diâmetro, ou seja, 1/3 do diâmetro da Terra.
Assim como na Lua, a ausência de atmosfera provoca uma grande diferença de temperatura: +430ºC durante o dia e -180ºC durante a noite.
Uma criança de 40 quilos pesaria 15 quilos em Mercúrio.
Terra
A Terra se formou a 4,5 bilhões de anos (na mesma época que os outros planetas do Sistema Solar) através da aglomeração de gás e poeira restantes da formação do Sol, atraindo-se pela própria gravidade.
Com 6371 km de raio, a Terra é o 5º em tamanho e o maior dos planetas terrestres.
É o corpo com a maior densidade média do Sistema Solar
Até onde sabemos é o único corpo a possuir vida, único do Sistema Solar a ter uma grande quantidade de água líquida.
Ela é formada por várias camadas, começando com o núcleo interno composto por ferro e níquel com 1221 quilômetros de raio à temperatura de 5400º Celsius. A rápida rotação do núcleo produz o campo magnético terrestre que nos protege do vento solar.
Em volta do núcleo interno, fica o núcleo externo com 2300 quilômetros de espessura e é composto por ferro e níquel líquidos.
O manto é a camada mais espessa. É uma mistura de rochas quentes e viscosas com 2900 quilômetros. A camada mais externa é a crosta, que é também, a mais fina, medindo 30 quilômetros, em média. No fundo do oceano a crosta mede 5 quilômetros acima do manto. A crosta é dividida em enormes placas em constante movimento.
Próximo à superfície, a atmosfera é composta de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases como argônio, dióxido de carbono e neônio. A atmosfera afeta o clima a longo prazo e o tempo a curto prazo e nos protege das radiações nocivas do Sol como os raios ultravioletas. Também nos protege dos meteoróides, queimando-os nas suas altas camadas ou despedaçando corpos maiores.
A Terra está em uma região do Sistema Solar chamada de "zona de habitabilidade" onde as temperaturas permitem que a água permaneça no estado líquido. Grandes quantidades de material líquido são uns dos fatores necessários ao surgimento da vida.
Há duas hipóteses para a formação dos oceanos. A primeira é que a água estaria presente nas rochas que formaram a Terra e, enquanto a Terra resfriava, a água se separou das rochas. As substâncias mais pesadas desceram para o centro, enquanto que as mais leves ficaram mais próximas da superfície. A outra hipótese diz que a água teve origem em cometas que caíram na Terra.
Os oceanos foram importantes para a origem da vida e o clima. Eles regulam o clima através das correntes marítimas e dos ventos.
As correntes são responsáveis pelo equilíbrio das temperaturas e umidades e do ecossistema marinho. Algumas são como rios gigantescos com temperatura e salinidade diferentes, que atravessam vários oceanos, trazendo nutrientes do fundo para a superfície.
Elas são formadas pelas diferenças entre as variações de pressão e temperatura atmosféricas, salinidade da água, movimento de rotação terrestre e o deslocamento das massas de ar.
Um exemplo é a corrente do golfo, uma das mais importantes das correntes oceânicas, que surge próximo ao golfo do México e segue em direção ao continente Europeu, influindo diretamente nas temperaturas do local, amenizando as temperaturas gélidas do noroeste europeu, favorecendo a vida naquela região. Porém, nos últimos anos, a corrente do golfo tem sido imensamente afetada pelo aquecimento global
Lua
A Lua fica a 380 mil quilômetros da Terra. Se a viagem fosse feita de carro, demoraria 5 meses. A viagem de foguete demora 4 dias.
A Lua não tem atmosfera. Nós não podemos respirar nela sem levar oxigênio da Terra.
Ela é coberta por uma camada de poeira muito fina. Como não há ar, e muito menos vento, uma pegada deixada por um astronauta nunca se apaga.
Assim como a Terra, a Lua tem um movimento de rotação em torno do seu próprio eixo e um movimento de translação, no caso, em volta da Terra. Mas seus períodos de rotação e de translação são exatamente iguais, e assim, a Lua sempre mostra o mesmo lado para a Terra, dando a impressão que ela não tem movimento de rotação.
A temperatura na superfície da Lua é de até 130ºC durante o dia e até -170ºC durante a noite. Isso acontece por causa da ausência de atmosfera.
A força gravitacional da Lua é mais fraca que na Terra. Lá, uma criança de 40 quilos se sentiria como se pesasse apenas 7 quilos.
Marte
É o planeta mais parecido com a Terra. Mesmo assim, uma pessoa não poderia viver lá sem um traje espacial.
É coberto por uma camada de óxido de ferro (ferrugem), o que lhe rende o apelido de “planeta vermelho”.
Tem dois pequenos satélites em sua órbita: Phobos e Deimos. São tão pequenos que só podem ser vistos com telescópios de grande porte e só foram descobertos em 1877.
Marte tem duas calotas polares que podem ser vistas com um telescópio de médio porte. São compostas basicamente por água e dióxido de carbono congelados.
As últimas missões não-tripuladas a Marte descobriram que existem pequenas quantidades água congelada na superfície, o que indica que pode haver maiores quantidades de água congelada sob a superfície.
As missões também descobriram marcas de erosões nas rochas que podem indicar presença de água líquida no passado distante. Hoje em dia não existe água líquida na superfície, devido às condições de pressão e temperatura.
Possui diversos vulcões, todos inativos, até onde nós sabemos. O maior deles, chamado Monte Olimpo, tem 25 mil metros de altura. Três vezes mais alto que o Monte Everest e poderia cobrir todo o estado de São Paulo. É a maior ‘montanha\ vulcão’ do Sistema Solar.
A pressão atmosférica de Marte é de cerca de 1% da Terra e a atmosfera é formada principalmente por CO2 (gás carbônico)
Uma criança de 40 quilos pesaria 15 quilos em Marte.
Cinturão de Asteróides
Entre as órbitas de Marte e Júpiter existe um cinturão com um número incontável de asteroides e meteoroides orbitando o Sol. Já foram observados e catalogados aproximadamente 500 mil. A lista é atualizada diariamente.
O maior objeto do cinturão é Ceres. Era classificado como asteroide até 2006, quando passou a ser classificado como planeta-anão. Ele contém cerca de 25% de toda a massa do cinturão de asteroides, e tem diâmetro de 940 km.
Os maiores asteroides do cinturão são Pallas (545 km), Vesta (530 km) e Juno (247 km) de diâmetro equivalente. Os asteroides não são esféricos, portanto este diâmetro é calculado como se fosse um corpo esférico ocupando o mesmo volume.
Mais de 150 destes têm outros asteroides menores em sua própria órbita (observados até o momento).
É provável que o cinturão já tenha sido um planeta no passado, que se fragmentou devido à força gravitacional de Júpiter.
Ao contrário do que mostram os filmes, a distância entre os asteroides é grande: em média, de 1 a 3 milhões de quilômetros.
Os cientistas monitoram o céu continuamente em busca de asteroides que possam colidir com a Terra.
Aqui, temos uma “fronteira” não-formal do Sistema Solar. Entre o Sol e o Cinturão de Asteroides, chamamos de Sistema Solar Interior. Deste ponto em diante, chamamos de Sistema Solar Exterior.
Júpiter
É de longe o maior planeta do Sistema Solar. Dentro dele caberiam 1321 planetas Terra. Entretanto, sua massa é equivalente a “apenas” 318 vezes a do nosso planeta.
Assim como Saturno, Urano e Netuno, Júpiter é um planeta gasoso, ou seja, não possui um chão sólido em que poderíamos pisar. Quando olhamos para ele, o que vemos são as camadas mais externas (que chamamos de atmosfera, embora não tenha o mesmo sentido que na Terra).
Possui 53 satélites confirmados e mais 14 candidatos (em fase de confirmação), totalizando 67.
Quatro deles podem ser vistos com um telescópio de pequeno porte: Io, Ganymede, Callisto e Europa. Foram observados pela primeira vez em 1610 por Galileu Galilei. Foi a primeira vez na história em que foi observado diretamente um objeto celeste orbitando outro. Esta observação é considerada hoje a primeira prova direta de que a Terra não é o centro do universo.
A atmosfera de Júpiter é bastante turbulenta, e podemos observar tempestades, furacões e até atividade elétrica. Um dos furacões de Júpiter, conhecido como “A Grande Mancha Vermelha”, está ativo pelo menos desde 1830. Ele tem aproximadamente o tamanho da Terra. Existem observações de um grande furacão desde 1665, mas os registros não são suficientemente detalhados para sabermos se se trata do mesmo furacão.
A força gravitacional de Júpiter é tão grande que ele funciona como uma “barreira” para cometas, asteróides e meteoróides que são atraídos por ele e não conseguem atingir as camadas mais internas do Sistema Solar.
Júpiter, assim como o Sol, é composto por Hidrogênio e Hélio. Júpiter tem cerca de 0,1% da massa do Sol. Se, durante a formação do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos atrás, Júpiter tivesse acumulado um pouco mais de matéria, o Sistema Solar poderia ter duas estrelas. Existem diversas estrelas duplas no universo.
Uma criança de 40 quilos se sentiria como se pesasse 100 quilos em Júpiter. Devemos lembrar, entretanto, que não existe um chão sólido para pisar, portanto, sequer seria possível subir em uma balança. As pressões e turbulências dos líquidos e gases são tão grandes, que é totalmente impossível para um ser humano mergulhar neste planeta. Sequer um robô ou um instrumento de medição suportariam mais que alguns minutos em um mergulho em Júpiter.
Luas Galileanas (Os quatro maiores satélites de Júpiter)
Em 1609, o astrônomo e matemático, Galileo Galilei soube do invento de um aparelho que permitia ver paisagens e objetos distantes como se estivessem mais próximos do observador. Como tinha conhecimento de óptica, ele construiu seu próprio instrumento que chamou de “perspicilium”.
Galileu foi a primeira pessoa, até onde sabemos, a apontar um telescópio para o céu. Ele faz grandes descobertas que mudaram todo o modelo de “universo” que se acreditava até então.
As pessoas acreditavam que a Terra era o centro do Universo e que o céu era imutável e perfeito. Era uma herança das idéias de Platão e Ptolomeu adotadas como verdadeiras e que perduraram por milhares de anos. Galileu já era partidário do Heliocentrismo, a ideia de que o Sol seria o centro do Universo, pois havia lido o livro de Copérnico.
Galileu descobriu que a Lua não era perfeita, mas que tinha sua superfície coberta por acidentes geográficos assim como a Terra, como crateras, montanhas, vales, fissuras.
Ele também descobriu que o Sol tinha manchas em sua superfície visível e que a Via Lactea é formada por estrelas.
Mas as descobertas que derrubaram as ideias do Geocentrismo forams as que Vênus tem fases, assim como a Lua, e as luas de Júpiter.
As fases de Vênus provavam que o planeta orbitava o Sol, e não a Terra. As luas de Júpiter provavam que nem tudo giravam em torno da Terra, havia astros que giravam em torno de outros astros.
Galileu descobriu as quatro maiores luas de Júpiter (que estão entre as maiores do Sistema Solar) Io, Europa, Ganimedes e Calisto.
Saturno
Todos os planetas gasosos possuem anéis em suas órbitas, entretanto, os de Saturno são de longe os maiores e mais visíveis. Isso lhe rende o apelido de “planeta dos anéis” ou “a joia do Sistema Solar”.
Esses anéis foram observados pela primeira vez em 1610 por Galileu Galilei, que não identificou prontamente se tratarem de anéis, devido ao pequeno poder de ampliação de seu telescópio, que entretanto foi suficiente para perceber uma “forma anormal” no planeta. Ele pensou que Saturno não fosse esférico.
Os anéis são formados por incontáveis pedaços de rocha e gelo que permanecem em órbita, que de tão próximos uns aos outros, dão a impressão de serem um corpo maciço. Foram formados, possivelmente, pela fragmentação de um ou mais satélites devido à força gravitacional do planeta, além de cometas e asteroides capturados e destruídos pela gravidade.
Inicialmente, os astrônomos identificaram apenas um anel. Conforme os telescópios foram evoluindo, perceberam que havia “espaços vazios” no meio. Eram, portanto, mais de um anel, todos muito próximos uns dos outros. Hoje identificamos a existência de 7 anéis distintos.
Possui 53 satélites confirmados e outros 9 em fase de confirmação, totalizando 62. Dois deles orbitam no espaço entre anéis.
Dentro de Saturno caberiam 764 Terras, entretanto, por ser gasoso, ele pesa “apenas” o equivalente a 95 Terras. Sua densidade é de apenas 687 kg/m³, e se fosse possível jogá-lo em uma grande piscina, Saturno flutuaria, de tão leve. Lá, nós pesaríamos praticamente o mesmo que na Terra.
Urano
Urano não é visível a olho nu, como os demais planetas. Foi descoberto em 1781 por Sir William Herschel, que além de astrônomo também era músico, compositor e regente de orquestra. Inicialmente Herschel pensou se tratar de um cometa, entretanto, dois anos depois o astrônomo Johann Elert Bode demonstrou que era na realidade um planeta.
Todos os planetas do Sistema Solar têm os seus eixos de rotação praticamente paralelos uns aos outros, que são perpendiculares aos planos das órbitas em torno do Sol. Urano é a única exceção: seu eixo de rotação é praticamente paralelo ao plano de sua órbita. Seu apelido é “o planeta deitado”.
Ao contrário de Júpiter e Saturno, que são grandes e brilhantes, Urano e Netuno são consideravelmente menores e também mais escuros, o que faz com que sejam muito pouco visíveis mesmo para grandes telescópios. Por isso, até hoje, temos pouca informação sobre esses planetas; quase tudo que sabemos foi descoberto por sondas enviadas até lá e que nos enviaram fotografias e outras informações por ondas de rádio.
Urano é muito frio, chegando, em certas circunstâncias, a ser mais frio que Netuno. A temperatura em sua atmosfera pode atingir -224ºC.
A atmosfera de Urano é composta basicamente por Hidrogênio, Hélio e Metano. Foram observadas formações complexas de nuvens, e correntes de vento que podem chegar a 900 quilômetros por hora!
Dentro de Netuno “cabem” 63 Terras, e ele pesa o equivalente a 15 Terras. Lá, uma criança de 40 quilos pesaria 36 quilos.
Urano pode ser visto com um bom binóculo moderno.
Netuno
Netuno também não é visível a olho nu, nem com binóculos ou telescópios pequenos. Nosso conhecimento sobre ele ainda é muito restrito.
Sua descoberta foi indireta. Cientistas do séc. XIX estavam estudando a órbita de Urano e perceberam que ela não se comportava como esperado. Uma das hipóteses é que deveria existir um outro planeta até então desconhecido, cuja força gravitacional estava desviando a órbita de Urano. Após muitos cálculos do matemático francês Urbain Joseph Le Verrier, que previu a posição do tal suposto planeta desconhecido, em 23 de setembro de 1846 o astrônomo alemão Johann Gottfried Galle apontou o seu telescópio do Observatório de Berlim para a posição indicada por Le Verrier, e encontrou o planeta Netuno logo no primeiro dia de observação. Essa foi, até então, a demonstração mais forte da validade da Teoria da Gravitação de Isaac Newton.
A temperatura média na superfície de Netuno é de -235ºC e os ventos podem chegar a 1200 quilômetros por hora, tornando-o o planeta com a atmosfera mais turbulenta de todo o Sistema Solar, fazendo jus ao apelido de “planeta dos ventos”.
Netuno é ainda menor que Urano: seu volume é equivalente a 58 Terras, e sua massa equivalente a 17 Terras. Uma criança de 40 quilos em Netuno se sentiria como se tivesse 46 quilos na Terra.
Aqui, temos outra fronteira não-formal do Sistema Solar. Aqui começa uma extensa faixa povoada por meteoroides, asteroides e planetas-anões chamada de Cinturão de Kuiper.
Plutão
A descoberta de Plutão foi indireta, e deu-se pelo mesmo caminho da de Netuno. Foi observado pela primeira vez em 1930 pelo astrônomo norte-americano Clyde Tombaugh. Quando a descoberta foi anunciada, houve um concurso mundial para escolha do nome do novo planeta, e o nome vencedor foi dado por uma menina de 11 anos moradora de Oxford, na Inglaterra.
Foi classificado como planeta até 2006, quando a União Astronômica Internacional decidiu classificá-lo como um planeta-anão, devido a descoberta de diversos outros objetos transnetunianos.
Plutão é o maior objeto conhecido do Cinturão de Kuiper. Ao contrário dos planetas gasosos, Plutão é rochoso. É também muito pequeno: tem apenas 0,6% do tamanho da Terra e apenas 30% do tamanho da Lua!
Uma criança de 40 quilos em Plutão teria a sensação de ter o peso de um bebê de apenas 2,8 quilos!
Plutão também é chamado de “o rei do cinturão de Kuiper” ou de “o planeta gelado”: a temperatura média em sua superfície é de -235ºC. Nessa temperatura, todos os elementos que aqui na Terra nós conhecemos como gasosos, lá são líquidos ou sólidos, portanto Plutão praticamente não tem atmosfera.
Cinturão de Kuiper
O Cinturão de Kuiper é uma região em forma de disco - incluindo planetas anões como Plutão - e cometas além da órbita de Netuno.
Ele se estende de cerca de 30 a 55 UA e é, provavelmente, povoado por centenas de milhares de corpos gelados maiores que 100 km de diâmetro e uma estimativa de cerca um trilhão cometas ou mais. O primeiro objeto do Cinturão de Kuiper, (além de Plutão) foi descoberto em 1992.
Por estarem tão distantes, seus tamanhos são difíceis de se medir. O diâmetro calculado de um OCK depende de suposições sobre a relação entre seu brilho e tamanho. Os maiores OCKs tiveram seus tamanhos conhecidos através de observações em infravermelho pelo telescópio espacial Spitzer.
Haumea, parte de uma família de colisão orbitando o Sol, o primeiro encontrado no Cinturão de Kuiper. O corpo-mãe, Haumea, aparentemente colidiu com outro objeto com cerca de metade do seu tamanho. O impacto arrancou grandes pedaços de gelo para longe e fez entrar em rotação Haumea dobrar, completando uma rotação a cada quatro horas. Ele gira tão rápido que tomou a forma de uma bola de futebol americano. O Haumea e duas pequenas luas - Hi'iaka e Namaka - formam a família.
Sedna foi descoberto em março de 2004. O objeto (2003VB12), recebeu o nome de uma deusa Inuit (Esquimó) que viveria no fundo do oceano Ártico - aproxima-se do Sol apenas brevemente durante sua órbita de 10.500 anos de duração.
Ele nunca entra no Cinturão de Kuiper, cujo limite exterior encontra-se a cerca de 55 UAs distantes do Sol - em vez disso, Sedna viaja em uma longa órbita elíptica entre 76 e 1.000 UA do Sol.
Como a órbita de Sedna o leva a uma distância tão extrema, seus descobridores sugeriram que ele seria o primeiro corpo observado pertencente ao interior Nuvem de Oort.
Em julho de 2005, uma equipe de cientistas anunciou a descoberta de um OCK que parecia ser um pouco maior que Plutão. O objeto, designado temporariamente 2003UB313 e, mais tarde chamado Éris. Ele orbita o Sol a cada 560 anos, variando sua distância em cerca de 38 a 98 UA. (Para efeito de comparação, Plutão viaja 29-49 UA em sua órbita solar.)
O tamanho de Éris é difícil de medir, devido à sua extrema distância, mas uma estimativa a partir de um telescópio terrestre 2011 sugeriu que ele teria cerca de 27 por cento mais massa do que Plutão. Éris tem uma pequena lua chamada Dysnomia.
A descoberta de Éris - orbitando o Sol e, maior que Plutão (então designado como o nono planeta) - forçou os astrônomos a considerar se Éris deveria ser classificado como o décimo planeta. Em vez disso, em 2006, a União Astronômica Internacional criou uma nova classe de objetos chamados de planetas-anões, e colocou Plutão, Éris e o asteróide Ceres nesta categoria. Descobertas subseqüentes adicionaram Haumea e Makemake à família de planetas-anões. Plutão, Éris, Haumea e Makemake mantêm a sua classificação como OCKs (ou OTNs).
Nuvem de Oort
Em 1950, o astrônomo Jan Oort propôs que certos cometas teriam origem em uma imensa concha esférica, extremamente distante, que engloba o Sistema Solar.
Este enxame gigante de objetos, agora chamado de Nuvem de Oort, extende-se entre 5.000 e 100.000 UAs.
Nenhum objeto que residente na Nuvem de Oort foi observado diretamente.
A extensão exterior da Nuvem de Oort vai até onde a influência gravitacional do Sol equipara-se à das outras estrelas.
A Nuvem de Oort, provavelmente, contém 0,1 a 2 trilhões corpos gelados em órbita solar.
Ocasionalmente, nuvens moleculares gigantes, estrelas que passam nas proximidades, ou interações de maré com o disco da Via Láctea perturbam a órbita de um desses corpos na região exterior da Nuvem de Oort, fazendo com que o objeto avance para o interior do Sistema Solar e passa a ser chamado cometa de longo período.
Estes cometas têm órbitas muito longas e excêntricas e são observados no interior do Sistema Solar apenas uma vez. Em contraste, os cometas de curto período mantém-se próximo do plano das órbitas da maioria dos planetas e levam menos de 200 anos para orbitar o Sol.
Acredita-se que eles se originem no Cinturão de Kuiper ou a partir do chamado disco disperso, uma zona dinâmica criada por corpos expulsos por Netuno que contém muitos objetos congelados com órbitas excêntricas. Presume-se que os objetos da Nuvem de Oort e do Cinturão de Kuiper sejam remanescentes da formação do Sistema Solar há cerca de 4,6 bilhões de anos.
A distância entre os corpos da Nuvem é 1 bilhão a 1,5 bilhão de km.
Na sua velocidade atual de cerca de 1,6 milhão de quilômetros por dia, a nave espacial Voyager 1 da NASA não alcançará a Nuvem de Oort por cerca de 300 anos e levará cerca de 30 mil anos para chegar ao outro lado.
METEOROS (falar ou mostrar próximo da Terra)
Meteoros são fenômenos atmosféricos, ou seja, fenômenos que ocorrem na atmosfera como, por exemplo, a chuva, os relâmpagos, os trovões ou podem, regularmente, serem provocados por corpos oriundos do espaço. Mas, para vê-los é preciso ter um céu escuro, limpo, sem Lua e sem poluição luminosa. Em uma região distante da poluição atmosférica e luminosa das grandes cidades, podemos ver os meteoróides cruzando o céu esporadicamente.
O ‘vácuo’ não é assim tão vazio, ao contrário, a Terra é bombardeada diariamente por toneladas de material restante da formação do Sistema Solar. Espalhados pelo espaço há corpos dos mais variados tamanhos, medindo desde grãos de poeira microscópicos até alguns centímetros, chamados de meteoróides que podem ser formados por rocha, metais ou ambos. Estes grãos de poeira entram na atmosfera da Terra com velocidades que variam de 10 até a 80 km/s.
A maior parte desta matéria é destruída na atmosfera e chega ao chão como poeira cósmica. Quando um corpo entra na atmosfera com grande velocidade, o atrito com o ar provoca sua queima produzindo luz e calor. Quando um meteoróide entra na atmosfera terrestre podem chegar a 288000 km/h. A pressão que o meteoróides exerce sobre o ar à sua frente é tão intensa que ele "arranca" elétrons dos átomos. Depois de sua passagem, os elétrons voltam aos átomos. Esse fenômeno gera um brilho que é chamado de meteoro. É daí que vem a maior parte do brilho do meteoro.
Meteoros esporádicos "caem" todo o tempo, até durante o dia. Além dos esporádicos há as chuvas de meteoros que ocorrem sempre nas mesmas épocas do ano. No entanto, quando falamos de chuvas de meteoros, estamos falando de corpos associados aos cometas.
Cometas
Cometas são como imensos icebergs viajando pelo Sistema Solar compostos de materiais voláteis congelados (como água, amônia e metano) e tão incrustados de poeira que chegam a ser negros como o carvão. Quando um cometa aproxima-se do interior do Sistema Solar, entre as órbitas de Júpiter e Marte, o calor do Sol já começa a afetá-lo e o gelo passa para o estado gasoso num processo chamado de sublimação. O gelo em estado gasoso produz uma tênue e imensa "atmosfera" em torno do núcleo, chamada de coma (cabeleira). O vento solar 'sopra' a coma formando uma ou mais caudas, que podem ser de gás ou da poeira liberada pela sublimação do gelo. Essa poeira mantém-se ligada gravitacionalmente ao Sol e viaja pelo espaço seguido a órbita do cometa e, lentamente, espalha no plano orbital do cometa originário, um fluxo de meteoróides que se assemelha a um tubo.
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