14 de jun. de 2024
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A s t e r
Ano bissexto
Os anos bissextos foram criados com o objetivo de regular o calendário anual com a translação da Terra, evitando que os eventos sazonais relacionados às estações do ano fossem alterados, fazendo com que as estações começassem sempre nos mesmos dias do ano.
Por causa da diferença de cerca de cerca de 5h48m46s entre o ano sideral e o ano trópico, o início das estações vai regredindo um dia depois de quatro anos. Em cento e vinte anos, a primavera teria início em agosto (para o hemisfério Sul).
O ano sideral refere-se ao tempo que a Terra demora para dar uma volta ao redor do Sol, num ponto de vista heliocêntrico. Ou, do ponto de vista geocêntrico, o tempo em que o Sol demora para dar uma volta no céu em relação às estrelas.
O ano trópico, ou ano das estações, é o período em que o Sol desloca-se de Norte a Sul e retorna ao Norte em relação ao horizonte.
O Sol não nasce (ou se põe) todos os dias no mesmo lugar e esse movimento aparente do Sol é provocado pela inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita. É o mesmo fenômeno que produz as estações. Sua duração é de 365,2425 dias.
A diferença entre essas duas medidas de tempo provoca o deslocamento do início das estações do ano, que, por sua vez, interfere no cotidiano.
A agricultura, por exemplo, baseia-se no calendário para determinar a época de plantio ou colheita. Algumas religiões tem determinados costumes para cada época do ano.
A data da Páscoa, por exemplo, é calculada a partir do Equinócio de Março, início do Outono para o Hemisfério Sul, e início da Primavera para o Hemisfério Norte. A partir da Páscoa são calculadas várias outras datas móveis da religião cristã. A defasagem no calendário significaria plantar na estação errada ou comer carne em uma época proibida.
Inicialmente, o ano bissexto foi criado em 238 a.C, e instituído por Ptolomeu III no Egito. Porém, ao longo de séculos, as regras que definem o ano bissexto sofreram muitas alterações.
Em 1582 o Papa Gregório XIII ordenou que astrônomos calculassem essa defasagem. Havia uma diferença de 10 dias. A correção fez com que, em 1582, após o dia 4 de outubro seguiu-se o dia 15 de outubro.
Também foi determinado que a cada 4 anos seria acrescido de um dia para que o equinócio de primavera (no hemisfério Norte) ocorresse sempre em 21 de março.
A origem do nome Bissexto
O termo bissexto tem esse nome por causa dos romanos que dividiam o mês lunar em três partes, as Calendas, Nonas e Idos, coincidentes com fases as lunares. As calendas, eram o primeiro dia de cada mês quando ocorria a Lua nova. Havia três dias fixos: as calendas, as nonas (quinto ou sétimo dia, de acordo com o mês) e idos (13.º ou 15.º dia, conforme o mês).
A origem da expressão ‘bissexto’ foi uma conseqüência da adoção do Calendário Juliano em 45 a.C. quando Júlio César fez várias modificações no irregular Calendário Romano de Numa Pompilio: acrescentou dois meses Unodecembris e Duodecembris ao ano deslocando assim Januarius e Februarius para o início do ano.
Fixou os dias dos meses em uma sequência de 31, 30, 31, 30… de Januarius a Duodecembris (Duodecembris com 30 dias), à exceção de Februarius que ficou com 29 dias e que, a cada três anos, seria de 30 dias.
Como os romanos dividiam o mês em Calendas, Nonas e Idos, ao passar dos Idos e próximo ao final do mês eles se expressavam em linguagem regressiva dizendo algo como:
‘faltam 6 dias para as Calendas de Março, faltam 5 dias para as Calendas de Março’
Também o faziam de forma inclusa,
‘faltam 4 dias, faltam 3 dias, dia anterior e dia.’
Com esta forma de contagem, e não pela seqüencia numérica que hoje usamos, nestes anos de 366 dias o mês de fevereiro teria então “dois dias ‘sextos’ antes das Calendas de Março” ou “bi-sexto dia anterior às Calendas de Março” (Ante die VI (sextum) Kalendas Martia),
Assim o dia extra era inserido antes do sexto dia antes das calendas de Março e ficou conhecido como o bi-sexto dia antes das calendas de Março. Hoje seria algo equivalente ao mês de Fevereiro ter dois dias 25.
No entanto, vale atentar para algumas observações importantes sobre o funcionamento dos anos bissextos: os anos seculares, por exemplo, não são considerados bissextos, com exceção daqueles cujos dois primeiros algarismos são divisíveis por quatro. Exemplo: 1600, 2000, 2400 e etc.
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