14 de jun. de 2024
Faça ciência e ajude encontrar a cura de doenças sem fazer (quase) nada
- Ronaldo Rogerio Pedrão
- 1 de abr. de 2016
- 3 min de leitura

Algumas instituições trabalham com pesquisas que demandam uma enorme quantidade de processamento de dados. Muito mais do que conseguiriam em dezenas ou centenas de anos. Então criou-se a ideia do crowdsourcing ou computação voluntária.
Os projetos de computação voluntária utilizam recursos de computadores de usuários do mundo todo para processar esses dados. A computação voluntária acelera a pesquisa e provê um tempo precioso na busca da cura de doenças e pesquisa científica, permitindo que milhares de voluntários façam esse trabalho e diminuam o tempo de pesquisa para poucos anos ou meses. Os projetos atendem a Universidades e instituições de pesquisa sem fins lucrativos.
O primeiro projeto de computação voluntária foi GIMPS (Grande Internet Mersenne Prime Search), que começou em 1995. Outros projetos iniciais incluíam o "distributed.net" , o SETI@Home, e o Folding@home. Em 1995, David Gedye propôs fazer usar um "supercomputador virtual" composto por um grande número de computadores conectados à Internet, e ele organizou o projecto SETI@Home para explorar esta ideia. O programa SETI@home foi originalmente lançado em Maio de 1999. Mais tarde, passou a ser gerenciado pelo programa BOINC (Berkeley Open Infrastucture For Network Computing).
SETI
Um dos pioneiros a usar essa ideia foi o SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) é uma área científica cujo objetivo é detectar vida inteligente fora da Terra, utilizando rádio telescópios para detectar sinais de banda estreita no espaço. Tais sinais são conhecidos por não ocorrerem naturalmente, de modo que uma detecção provaria a existência de tecnologia extraterrestre.
O projeto Seti@Home precisa processar uma enorme quantidade de dados provenientes das observações dos radiotelescópio de Arecibo que monitora o céu em busca de sinais de inteligência extraterrestre.
Sinais captados pelos rádio-telescópicos consistem principalmente de ruídos (oriundos de fontes celestes e eletrônica do receptor) e sinais feitos pelo homem, tais como estações de TV, radar e satélites. O projeto SETI moderno analisa esses dados digitalmente. Mais poder de computação permite pesquisar intervalos maiores de frequência, com mais sensibilidade.
BOINC
O BOINC utiliza a memória e o tempo ociosos dos computadores para processar informações oriundas de diversos projetos de pesquisa nas mais variadas áreas como medicina, clima, matemática, etc. Atualmente, existem mais de 50 projetos ativos ( http://boinc.berkeley.edu/projects.php ).
Um desses projetos é o Rosetta@home que procura determinar as formas tridimensionais de proteínas, em uma pesquisa que pode levar a encontrar curas para algumas doenças humanas importantes como Aids, Malária, Câncer e Mal de Alzheimer. (Veja "Pesquisa Sobre Doenças" – para mais informações).
ZOOUNIVERSE
O Zoouniverse é outro site dedicado ao crowdsourcing, mas que requer mais interação do usuário. Nele, o internauta ajuda em projetos para salvar animais como pinguins e baleias, procurar por cometas, identificar supernovas em outras galáxias e vários outros nas áreas de clima, literatura, artes, medicina, astronomia, história, etc. Um deles é a contagem de pinguins na Antártica.
Pinguins
Cientistas da Universidade de Oxford e da Divisão Australiana da Antártica instalaram 50 câmeras para monitorar colônias dos pinguins. O objetivo é avaliar o quanto as mudanças climáticas, a pesca e a presença humana afetaram a população de pinguins no continente congelado.
O problema é como contabilizar o número de pinguins nas centenas de milhares de fotos que foram tiradas nos últimos três anos? Foi aí que os pesquisadores criaram o Penguin Watch. Quem acessa o site pode ajudar com as imagens, clicando em todos os pinguins que aparecerem nas fotos. Cada foto classificada ajuda a calibrar melhor um algoritmo de reconhecimento de imagem, para que ele possa um dia calcular sozinho as populações de pinguins.
Cometas e galáxias
O site exibe imagens de cometas e asteroides e pede ao internauta que a ajude a identificá-los e, quem sabe, descobrir algum cometa. Não é tão fácil, mas o site tem um tutorial e usa o trabalho de vários voluntários para classificar a imagem. O mesmo método é utilizado para classificar galáxias de acordo com a classificação criada pelo astrônomo Edwin Hubble.
INSTALAÇÃO
Para participar dos projetos do BOINC basta seguir 3 passos simples:
baixar e instalar o programa BOINC (http://boinc.berkeley.edu/download.php)
escolher o(s) projeto(s) em que deseja participar.
entrar com email e senha
O programa, então, baixa pequenos 'pacotes' de dados, processa e envia os resultados sem que o voluntário precise fazer nada. A participação é totalmente gratuita e segura.
O programa é fácil de usar e permite configurar quanto de espaço e memória do computador deve ser utilizado.
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